Para fazer um céu basta uma estrela
Nos ensinou o Álvaro Moreyra
Que no seu livro As amargas, não
Deixou bem clara a lição
A vida deveria ser passada a limpo
E suas palavras eram absinto
Bebido em taça de cristal sem jaça
E nos cobria de afagos
E aí recordo Mário Lago
Que fazia das palavras o seu paiol de guerra
Ai, quanta gente bonita
Gravitava então por aqui
Tinha Eneida, tinha Drummond
Tempo era aquele, como era bom
Quando bastava uma estrela e o céu já estava ali